segunda-feira, 31 de março de 2025

 
    DOMINGO V   -  QUARESMA   
 
  ANO C  -  06/04/2025: 


"".


Tema do 5º Domingo da Quaresma:


Nesta quinta etapa do caminho quaresmal, a liturgia convida-nos a libertarmo-nos de tudo aquilo que nos escraviza e a caminharmos, com coragem e decisão, para a meta que nos espera: a vida renovada, o horizonte de liberdade e de felicidade que Deus quer oferecer a todos os seus queridos filhos.

Na primeira leitura, o Deus que libertou os hebreus da escravidão do Egito anuncia aos exilados na Babilónia que irá concretizar uma nova intervenção salvadora em favor do seu povo. Os exilados irão ser libertados; e, acompanhados por Deus, percorrerão um caminho que os trará novamente para a terra de onde tinham sido arrancados, a terra onde corre leite e mel. É esse o desafio que Deus deixa também a nós, neste tempo de Quaresma: caminharmos da escravidão para a liberdade, da vida velha para a vida nova.

No Evangelho Jesus mostra, a partir da história de uma mulher acusada de cometer adultério, como é que Deus lida com as nossas decisões erradas: “Eu não te condeno. Vai e não tornes a pecar”. O perdão de Deus, fruto do seu amor, falará sempre mais alto do que o nosso pecado. A grande preocupação de Deus não é castigar quem falhou; mas é apontar aos seus queridos filhos um caminho novo, de liberdade, de realização e de vida sem fim.

Na segunda leitura Paulo de Tarso partilha com os cristãos da cidade de Filipos a sua experiência: desde que se encontrou com Cristo, Paulo deixou para trás todo o “lixo” que lhe limitava os movimentos e que o impedia de correr ao encontro de Cristo. A sua grande preocupação é identificar-se cada vez mais com Cristo e correr para a meta final, onde espera encontrar a vida definitiva.


ANTÍFONA DE ENTRADA Cf. Sl 42, 1-2
Fazei-me justiça, meu Deus,
defendei a minha causa contra a gente sem piedade,
livrai-me do homem desleal e perverso. Vós sois o meu refúgio.


Não se diz o Glória.



ORAÇÃO DA COLETA
Senhor nosso Deus, concedei-nos a graça
de viver com alegria o mesmo espírito de caridade
que levou o vosso Filho a entregar-Se à morte pela salvação dos homens.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.


Em vez das leituras a seguir indicadas podem utilizar-se as do ano A, se for mais oportuno.



LEITURA I Is 43, 16-21
«Vou realizar uma coisa nova:
matarei a sede ao meu povo»

A história da salvação acompanha todos os tempos e o que Deus fez, no passado em favor do seu povo, continua a fazê-lo no presente. Nesta leitura, o Profeta, que anuncia o regresso do exílio, onde o povo de Deus esteve em cativeiro, quer fazer sentir que o que vai agora acontecer não é menos admirável do que o que tinha acontecido na Páscoa antiga, quando o povo saiu do Egito. Quanto mais admirável não é o que Deus faz agora por nós em Jesus Cristo!


Leitura do Livro de Isaías
O Senhor abriu outrora caminhos através do mar, veredas por entre as torrentes das águas. Pôs em campanha carros e cavalos, um exército de valentes guerreiros; e todos caíram para não mais se levantarem, extinguiram-se como um pavio que se apaga. Eis o que diz o Senhor: «Não vos lembreis mais dos acontecimentos passados, não presteis atenção às coisas antigas. Olhai: vou realizar uma coisa nova, que já começa a aparecer; não a vedes? Vou abrir um caminho no deserto, fazer brotar rios na terra árida. Os animais selvagens – chacais e avestruzes – proclamarão a minha glória, porque farei brotar água no deserto, rios na terra árida, para matar a sede ao meu povo escolhido, o povo que formei para Mim e que proclamará os meus louvores».
Palavra do Senhor.



SALMO RESPONSORIAL Salmo 125 (126), 1-6 (R. 3)
Refrão: Grandes maravilhas fez por nós o Senhor. Repete-se

Ou: 

Refrão: O Senhor fez maravilhas em favor do seu povo. Repete-se

Quando o Senhor fez regressar os cativos de Sião,
parecia-nos viver um sonho.
Da nossa boca brotavam expressões de alegria
e de nossos lábios cânticos de júbilo. 
(Refrão)

Diziam então os pagãos:
«O Senhor fez por eles grandes coisas».
Sim, grandes coisas fez por nós o Senhor,
estamos exultantes de alegria.
(Refrão)

Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos,
como as torrentes do deserto.
Os que semeiam em lágrimas
recolhem com alegria.
(Refrão)

À ida, vão a chorar,
levando as sementes;
à volta, vêm a cantar,
trazendo os molhos de espigas.
(Refrão)



LEITURA II Flp 3, 8-14
«Por Cristo, considerei todas as coisas como prejuízo,
configurando-me à sua morte»

Esta leitura liga-se hoje à anterior: é em Cristo que vamos encontrar completamente realizado o momento culminante e a plenitude da história da salvação, é n’Ele que a Lei e os Profetas encontram a realização perfeita, é para Ele que toda a história anterior apontava, e sem Ele nada tem sentido. Quem assim o entender, como S. Paulo o entendeu, há de considerar a participação no mistério da Páscoa do Senhor como a maior graça de Deus.


Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
Irmãos: Considero todas as coisas como prejuízo, comparando-as com o bem supremo, que é conhecer Jesus Cristo, meu Senhor. Por Ele renunciei a todas as coisas e considerei tudo como lixo, para ganhar a Cristo e n’Ele me encontrar, não com a minha justiça que vem da Lei, mas com a que se recebe pela fé em Cristo, a justiça que vem de Deus e se funda na fé. Assim poderei conhecer Cristo, o poder da sua ressurreição e a participação nos seus sofrimentos, configurando-me à sua morte, para ver se posso chegar à ressurreição dos mortos. Não que eu tenha já chegado à meta, ou já tenha atingido a perfeição. Mas continuo a correr, para ver se a alcanço, uma vez que também fui alcançado por Cristo Jesus. Não penso, irmãos, que já o tenha conseguido. Só penso numa coisa: esquecendo o que fica para trás, lançar-me para a frente, continuar a correr para a meta, em vista do prémio a que Deus, lá do alto, me chama em Cristo Jesus.
Palavra do Senhor.



ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO
Refrão: Glória a Vós, Jesus Cristo, Palavra do Pai. Repete-se

Convertei-vos a Mim de todo o coração, diz o Senhor;
porque sou benigno e misericordioso. Refrão



EVANGELHO Jo 8, 1-11
«Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra»

A novidade que Deus oferece ao mundo em Jesus Cristo não aparece à custa da destruição do que anteriormente existiu. A graça não vem à custa da morte do pecador. É a partir da história dos homens pecadores que Deus vai fazer surgir a história da salvação, que os há de renovar. É na mulher pecadora que Jesus faz brilhar a luz nova da sua graça. Envelhecida pelo pecado, torna-se, pelo poder do Senhor, nova criatura.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, Jesus foi para o monte das Oliveiras. Mas de manhã cedo, apareceu outra vez no templo e todo o povo se aproximou d’Ele. Então sentou-Se e começou a ensinar. Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus uma mulher surpreendida em adultério, colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus: «Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres. Tu que dizes?». Falavam assim para Lhe armarem uma cilada e terem pretexto para O acusar. Mas Jesus inclinou-Se e começou a escrever com o dedo no chão. Como persistiam em interrogá-l’O, ergueu-Se e disse-lhes: «Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra». Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão. Eles, porém, quando ouviram tais palavras, foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio. Jesus ergueu-Se e disse-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?». Ela respondeu: «Ninguém, Senhor». Disse então Jesus: «Nem Eu te condeno. Vai e não tornes a pecar».
Palavra da salvação.


Diz-se o Credo.


ORAÇÃO UNIVERSAL (DOS FIÉIS)
Quando se faz o terceiro escrutínio dos catecúmenos
 
Irmãos e irmãs: Oremos por estes eleitos de Deus, para que, ao tornarem-se semelhantes a Cristo na morte e na ressurreição, alcancem a vitória sobre o pecado pela graça dos sacramentos, e digamos (ou: e cantemos), confiadamente: 

R. Ouvi-nos, Senhor. 
Ou: Ouvi, Senhor, as nossas súplicas. 
Ou: Cristo, ouvi-nos. Cristo, atendei-nos. 

1. Para que estes eleitos sejam fortes na fé contra os enganos do mundo e acreditem que Jesus Cristo é a ressurreição e a vida, oremos. 
2. Para que se mostrem agradecidos a Deus, que os escolheu, lhes deu a conhecer a esperança da vida eterna e os introduziu no caminho da salvação, oremos. 
3. Para que, pelo exemplo e intercessão daqueles catecúmenos que derramaram o seu sangue por Cristo, sintam cada vez mais firme a esperança da vida eterna, oremos. 
4. Para que todos detestem o pecado, que destrói a vida, descubram em Cristo o Filho de Deus que os salva e de hoje em diante vivam apenas para Deus, oremos. 
5. Para que aqueles que estão tristes e inconsoláveis, pela morte dos seus familiares, encontrem em Cristo a sua consolação, oremos. 
(Quando, após a despedida dos catecúmenos, se omite a Oração Universal, acrescentam-se estas preces pela Igreja e pelo mundo). 
6. Para que todos os fiéis da santa Igreja, ao verem chegar as solenidades pascais, tenham a firme esperança de ressuscitar com Cristo, oremos. 
7. Para que os homens e mulheres do mundo inteiro, que Deus criou por amor e quer ver felizes, se renovem continuamente na fé e na caridade, oremos. 
Segue-se a oração do exorcismo, como vem no RICA, p. 106-107.

Quando não se faz o terceiro escrutínio dos catecúmenos

Caríssimos irmãos e irmãs: Oremos ao Senhor que faz maravilhas, para que realize, na Igreja e no mundo, aquilo que anunciou pelos profetas, dizendo (ou: cantando), cheios de confiança: 
R. Kýrie, eléison. 
Ou: Ouvi, Senhor, as nossas súplicas. 
Ou: Senhor, tende piedade de nós. 
1. Pelo Papa N., pelos bispos, presbíteros e diáconos, para que encontrem em Jesus Cristo o bem supremo e o anunciem com alegria ao mundo de hoje, oremos. 
2. Pelos catecúmenos e pelos fiéis da santa Igreja, para que o poder da ressurreição de Jesus Cristo os faça correr com entusiasmo para a Páscoa, oremos. 
3. Pelos responsáveis no governo das nações, para que a sabedoria com que Deus os enriquece sirva sempre para o bem dos cidadãos, oremos. 
4. Pelos esposos que cometem adultério, para que os discípulos de Jesus saibam acolhê-los como Jesus acolheu a pecadora, oremos. 
5. Pelos fiéis da nossa comunidade (paroquial), para que o sacramento da reconciliação lhes dê a paz e a alegria de Jesus Cristo ressuscitado, oremos. 
(Outras intenções: acontecimentos nacionais importantes; defuntos...). 
Senhor, nosso Deus, que em Jesus Cristo, vosso Filho, nos revelastes as dimensões infinitas do vosso perdão, dai-nos a graça de ser exigentes com nós próprios e misericordiosos para com todos os irmãos. Por Cristo Senhor nosso.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Ouvi-nos, Deus todo-poderoso,
e, pela virtude deste sacrifício,
purificai os vossos servos,
a quem destes as primícias da fé cristã.
Por Cristo nosso Senhor.


Quando não se lê o Evangelho de Lázaro, diz-se o Prefácio I ou II da Quaresma.


Prefácio A ressurreição de Lázaro
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.

Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte,
por nosso Senhor Jesus Cristo.
Como verdadeiro homem, Ele chorou pelo seu amigo Lázaro;
como Deus eterno, ressuscitou-o do túmulo;
compadecido da humanidade,
fez-nos passar da morte à vida, mediante os sacramentos pascais.
Por Ele, a multidão dos anjos adora a vossa majestade
e exulta eternamente na vossa presença.
Permiti que nos associemos às suas vozes,
dizendo (cantando) com alegria:
Santo, Santo, Santo.



ANTÍFONA DA COMUNHÃO
Quando se lê o Evangelho de Lázaro: Cf. Jo 11, 26
Aquele que vive e crê em Mim não morrerá para sempre, diz o Senhor.

Quando se lê o Evangelho da mulher adúltera: Jo 8, 10-11
Mulher, ninguém te condenou? Ninguém, Senhor.
Nem Eu te condeno. Vai em paz e não tornes a pecar.

Quando se lê outro Evangelho: Jo 12, 24-25
Em verdade vos digo:
se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só;
mas se morrer, dá fruto abundante.



ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus todo-poderoso, concedei-nos a graça
de sermos sempre contados entre os membros de Cristo,
nós que comungámos o seu Corpo e Sangue.
Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos.



ORAÇÃO SOBRE O POVO
Abençoai, Senhor, este povo
que espera confiadamente na vossa misericórdia
e fazei que receba abundantemente o que por vossa inspiração deseja.
Por Cristo nosso Senhor.

 

 

 


quinta-feira, 27 de março de 2025

 

    DOMINGO IV   -  QUARESMA   
 
 ANO C  -  30/03/2025: 


"".



Tema do 4º Domingo da Quaresma:



Na quarta etapa do “caminho da Quaresma”, a liturgia fala-nos de vida nova. Diz-nos como chegar lá. Convida-nos a experimentá-la.

primeira leitura mostra-nos o Povo de Deus a começar uma nova vida na terra de Canaã. Para trás ficaram a escravidão do Egito e a desolação do deserto. Agora, na Terra Prometida, Israel pode começar a viver de uma forma nova, construindo um futuro de liberdade e de felicidade. É essa experiência – de passagem da escravidão à liberdade, da vida velha à vida nova – que somos convidados a fazer neste tempo de Quaresma.

No Evangelho, através da parábola do “pai misericordioso”, Jesus garante-nos que Deus nunca nos fechará as portas: estará sempre à nossa espera de braços abertos, pronto para nos acolher e para nos reintegrar na sua família. “Voltar para Deus” é a opção certa para quem quiser dar sentido pleno à sua existência.

Na segunda leitura Paulo de Tarso, recorrendo ao conceito de “reconciliação”, lembra-nos que Cristo veio derrotar o egoísmo e o pecado e sanar a separação que havia entre Deus e os homens. Aqueles que aceitam ligar-se a Cristo e caminhar atrás d’Ele, estão reconciliados com Deus. Vivem uma vida nova, a vida dos filhos queridos e amados de Deus.


ANTÍFONA DE ENTRADA Cf. Is 66, 10-11
Alegra-te, Jerusalém; rejubilai, todos os seus amigos.
Exultai de alegria, todos vós que participastes no seu luto
e podereis beber e saciar-vos na abundância das suas consolações.


Não se diz o Glória.



ORAÇÃO DA COLETA
Senhor nosso Deus, que, pelo vosso Verbo,
realizais admiravelmente a reconciliação do género humano,
concedei ao povo cristão fé viva e espírito generoso,
a fim de caminhar alegremente
para as próximas solenidades pascais.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.


Em vez das leituras a seguir indicadas podem utilizar-se as do ano A, se for mais oportuno.



LEITURA I Jos 5, 9a.10-12
Tendo entrado na terra prometida,
o povo de Deus celebra a Páscoa

Mais um passo na história da salvação nos é apresentado na primeira leitura deste Quarto Domingo: depois da travessia do deserto, guiado por Moisés (domingo anterior), o povo de Deus entra na Terra Prometida e celebra a Páscoa. É também esta a perspectiva do tempo litúrgico em que nós entrámos: depois dos 40 dias do deserto quaresmal, celebraremos o mistério da Páscoa, na Terra Santa da Igreja de Cristo. O maná, a comida do deserto, cessou de cair, quando o povo de Deus chegou à Terra Prometida, e lá pôde, finalmente, alimentar-se dos frutos daquela nova Terra. Também a Igreja, depois do jejum da Quaresma, comerá da Ceia do Senhor, na Eucaristia da Páscoa. Não se trata apenas de uma comparação, mas de um mistério que todos os anos se renova no meio de nós.


Leitura do Livro de Josué
Naqueles dias, disse o Senhor a Josué: «Hoje tirei de vós o opróbrio do Egito». Os filhos de Israel acamparam em Gálgala e celebraram a Páscoa, no dia catorze do mês, à tarde, na planície de Jericó. No dia seguinte à Páscoa, comeram dos frutos da terra: pães ázimos e espigas assadas nesse mesmo dia. Quando começaram a comer dos frutos da terra, no dia seguinte à Páscoa, cessou o maná. Os filhos de Israel não voltaram a ter o maná, mas, naquele ano, já se alimentaram dos frutos da terra de Canaã.
Palavra do Senhor.



SALMO RESPONSORIAL Salmo 33 (34), 2-3.4-5.6-7 (R. 9a)
Refrão: Saboreai e vede como o Senhor é bom. Repete-se

A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes. 
(Refrão)

Enaltecei comigo ao Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.
(Refrão)

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.
(Refrão)



LEITURA II 2 Cor 5, 17-21
«Por Cristo, Deus reconciliou-nos consigo»

A Páscoa celebra o mistério da aliança que Deus fez com os homens, e, porque o homem é pecador, esse mistério é também de reconciliação. Pelo sacrifício de Jesus Cristo, todos os homens são tornados nova criação, uma vez que são reconciliados com Deus, que é o Criador de todas as coisas. Este mistério de reconciliação, realizado, de uma vez para sempre, por Cristo, é-nos agora acessível através da Igreja. A nós pertence, pois, aceitá-lo e deixar-nos reconciliar, cada um de nós, com Deus, por Cristo, por meio da Igreja. O Sacramento da Penitência é o sinal sagrado desta reconciliação. Por meio dele seremos, na Páscoa, novas criaturas.


Leitura da Segunda Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos: Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. As coisas antigas passaram; tudo foi renovado. Tudo isto vem de Deus, que por Cristo nos reconciliou consigo e nos confiou o ministério da reconciliação. Na verdade, é Deus que em Cristo reconcilia o mundo consigo, não levando em conta as faltas dos homens e confiando-nos a palavra da reconciliação. Nós somos, portanto, embaixadores de Cristo; é Deus quem vos exorta por nosso intermédio. Nós vos pedimos em nome de Cristo: reconciliai-vos com Deus. A Cristo, que não conhecera o pecado, Deus identificou-O com o pecado por causa de nós, para que em Cristo nos tornemos justiça de Deus.
Palavra do Senhor.



ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Lc 15, 18
Refrão: Glória a Vós, Jesus Cristo, Palavra do Pai. Repete-se

Vou partir, vou ter com meu pai e dizer-lhe:
Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Refrão



EVANGELHO Lc 15, 1-3.11-32
«Este teu irmão estava morto e voltou à vida»

Na parábola do filho pródigo está expresso todo o itinerário do pecador, que, pela penitência, regressa à comunhão com Deus. Da morte à vida; é precisamente este o movimento de todo o Mistério Pascal. A parábola põe em relevo sobretudo o amor, paciente e sempre acolhedor, do Pai, de Deus nosso Pai. Por isso, a esta parábola melhor se poderia chamar a parábola do Pai misericordioso.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus, para O ouvirem. Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Este homem acolhe os pecadores e come com eles». Jesus disse-lhes então a seguinte parábola: «Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me toca’. O pai repartiu os bens pelos filhos. Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todos os seus haveres, partiu para um país distante e por lá esbanjou quanto possuía, numa vida dissoluta. Tendo gasto tudo, houve uma grande fome naquela região e ele começou a passar privações. Entrou então ao serviço de um dos habitantes daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele matar a fome com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Então, caindo em si, disse: ‘Quantos trabalhadores de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! Vou-me embora, vou ter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho, mas trata-me como um dos teus trabalhadores’. Pôs-se a caminho e foi ter com o pai. Ainda ele estava longe, quando o pai o viu: encheu-se de compaixão e correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos. Disse-lhe o filho: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos servos: ‘Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos, porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’. E começou a festa. Ora o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. O servo respondeu-lhe: ‘O teu irmão voltou e teu pai mandou matar o vitelo gordo, porque ele chegou são e salvo’. Ele ficou ressentido e não queria entrar. Então o pai veio cá fora instar com ele. Mas ele respondeu ao pai: ‘Há tantos anos que eu te sirvo, sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos. E agora, quando chegou esse teu filho, que consumiu os teus bens com mulheres de má vida, mataste-lhe o vitelo gordo’. Disse-lhe o pai: ‘Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’».
Palavra da salvação.


Diz-se o Credo.


ORAÇÃO UNIVERSAL (DOS FIÉIS)
Quando se faz o segundo escrutínio dos catecúmenos 

Caríssimos cristãos: Assim como Cristo deu vista ao cego de nascença, também Deus chama estes eleitos à sua luz. Oremos para que sejam santos e dêem testemunho da palavra do Senhor, fonte de vida eterna, dizendo (ou: cantando): 

R. Ouvi-nos, Senhor. 
Ou: Renovai-nos, Senhor, no vosso Espírito. 
Ou: Iluminai, Senhor, o nosso coração. 

1. Para que estes eleitos ponham a sua confiança na luz e na verdade de Cristo e alcancem a liberdade de espírito e de coração, oremos.

2. Para que, contemplando a sabedoria da cruz, ponham a sua glória em Deus, que confunde a sabedoria deste mundo, oremos. 

3. Para que a força do Espírito Santo os liberte dos laços que os prendem e os faça passar do temor à confiança, oremos. 

4. Para que se tornem homens e mulheres espirituais, que em tudo procuram o que é justo e santo e peçam a Deus que lhes dê a luz da fé, oremos. 

5. Para que todos os que são perseguidos por causa do nome de Cristo sintam a sua ajuda e protecção, oremos. 

(Quando, após a despedida dos catecúmenos, se omite a Oração Universal, acrescentam-se estas preces pela Igreja e pelo mundo).

7. Para que todos os homens descubram que o Pai os ama, e cheguem à plena liberdade de espírito na Igreja, oremos. 

8. Para que todos nós, presentes no meio do mundo, permaneçamos fiéis ao espírito do Evangelho, oremos.


 Segue-se a oração do exorcismo, como vem no RICA, p. 102.

Quando não se faz o segundo escrutínio dos catecúmenos

Irmãs e irmãos em Cristo: Pela Igreja e por nós próprios, oremos ao Pai celeste que espera sempre e perdoa aos filhos que regressam, dizendo (ou: cantando): 

R. Renovai-nos, Senhor, no vosso Espírito. 
Ou: Ouvi-nos, Senhor. 
Ou: Iluminai, Senhor, o nosso coração. 

1. Para que o Papa N., os bispos e os presbíteros, ministros do perdão que vem de Deus, acolham os pecadores que se convertem, oremos. 

2. Para que os fiéis que se afastaram de Deus Pai, caindo em si, sintam o desejo de voltar e participem de novo nos dons da Igreja, oremos. 

3. Para que os homens que não sabem perdoar aprendam a fazer festa e a alegrar-se, sempre que os pecadores voltam à vida, oremos. 

4. Para que as famílias que têm filhos pródigos ofereçam a Cristo a sua dor e a sua cruz e d’Ele recebam a alegria do reencontro, oremos. 

5. Para que nós próprios e toda a nossa comunidade (paroquial), participando na celebração da penitência, nos preparemos para celebrar a Páscoa, oremos. 

(Outras intenções: crianças que vão ser baptizadas na Páscoa, seus pais e padrinhos...). 
Senhor, nosso Deus, que abraçais os filhos que regressam e para eles preparais uma grande festa, fazei que todos os fiéis que Vos suplicam experimentem o vosso perdão libertador. Por Cristo Senhor nosso.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Ao apresentarmos com alegria estes dons de vida eterna,
humildemente Vos pedimos, Senhor,
a graça de os venerar com verdadeira fé
e de os oferecer dignamente pela salvação do mundo.
Por Cristo nosso Senhor.


Quando não se lê o Evangelho do cego de nascença, diz-se o Prefácio I ou II da Quaresma.


Prefácio O cego de nascença
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.


Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte,
por nosso Senhor Jesus Cristo.
Pelo mistério da Encarnação,
Ele iluminou o género humano,
que vivia nas trevas,
para o reconduzir à luz da fé,
e, pela regeneração do Batismo,
libertou os que nasciam na escravidão do antigo pecado,
para os tornar seus filhos adotivos.
Por isso, todas as criaturas, no céu e na terra,
Vos adoram cantando um cântico novo.
E também nós, com todos os coros dos anjos,
proclamamos a vossa glória,
dizendo (cantando) numa só voz:
Santo, Santo, Santo,
Senhor Deus do universo.
O céu e a terra proclamam a vossa glória.
Hossana nas alturas.
Bendito O que vem em nome do Senhor.
Hossana nas alturas.



ANTÍFONA DA COMUNHÃO
Quando se lê o Evangelho do cego de nascença: Cf. Jo 9, 11.38
O Senhor ungiu os meus olhos.
Eu fui lavar-me, comecei a ver e acreditei em Deus.


Quando se lê o Evangelho do filho pródigo: Lc 15, 32
Alegra-te, meu filho, porque o teu irmão estava morto e voltou à vida,
estava perdido e foi encontrado.


Quando se lê outro Evangelho: Cf. Sl 121, 3-4
Jerusalém, cidade de Deus, para ti sobem as tribos do Senhor,
para celebrar o seu santo nome.



ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor nosso Deus,
luz de todo o homem que vem a este mundo,
iluminai os nossos corações com o esplendor da vossa graça,
para que pensemos sempre no que Vos é agradável
e Vos amemos de todo o coração.
Por Cristo nosso Senhor.



ORAÇÃO SOBRE O POVO
Defendei, Senhor, os fiéis que Vos suplicam,
fortalecei os fracos
e iluminai sempre com a vossa luz vivificante
os que vivem ainda nas trevas desta vida mortal;
concedei benigno que, livres de todos os males,
alcancem um dia os bens supremos.
Por Cristo nosso Senhor.

 

domingo, 16 de março de 2025

  

    DOMINGO III   -  QUARESMA   
 
 ANO C  -  23/03/2025: 


"".


Tema do 3º Domingo da Quaresma:


Nesta terceira etapa da caminhada para a Páscoa somos chamados, mais uma vez, a repensar a nossa existência. O tema fundamental da liturgia de hoje é a “conversão”. Com este tema enlaça-se o da “libertação”: o Deus libertador propõe-nos a transformação em homens novos, livres da escravidão do egoísmo e do pecado, para que em nós se manifeste a vida em plenitude, a vida de Deus.
O Evangelho contém um convite a uma transformação radical da existência, a uma mudança de mentalidade, a um recentrar a vida de forma que Deus e os seus valores passem a ser a nossa prioridade fundamental. Se isso não acontecer, diz Jesus, a nossa vida será cada vez mais controlada pelo egoísmo que leva à morte.
A segunda leitura avisa-nos que o cumprimento de ritos externos e vazios não é importante; o que é importante é a adesão verdadeira a Deus, a vontade de aceitar a sua proposta de salvação e de viver com Ele numa comunhão íntima.
A primeira leitura fala-nos do Deus que não suporta as injustiças e as arbitrariedades e que está sempre presente naqueles que lutam pela libertação. É esse Deus libertador que exige de nós uma luta permanente contra tudo aquilo que nos escraviza e que impede a manifestação da vida plena.






ANTÍFONA DE ENTRADA Sl 24, 15-16
Os meus olhos estão voltados para o Senhor,
porque Ele livra os meus pés da armadilha.
Olhai para mim, Senhor,
e tende compaixão porque estou só e desamparado.

Ou: Cf. Ez 36, 23-26

Quando Eu manifestar em vós a minha santidade,
reunir-vos-ei de todos os povos;
derramarei sobre vós água pura,
e ficareis limpos de toda a iniquidade.
Eu vos darei um espírito novo, diz o Senhor.


Não se diz o Glória.



ORAÇÃO DA COLETA
Senhor nosso Deus,
autor de todas as misericórdias e de toda a bondade,
que nos fizestes encontrar no jejum, na oração e no amor fraterno
os remédios do pecado,
olhai benigno para a confissão da nossa humildade,
de modo que, abatidos pela consciência da culpa,
sejamos confortados pela vossa misericórdia.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.



Em vez das leituras a seguir indicadas, podem utilizar-se as do Ano A, se for mais oportuno.



LEITURA I Ex 3, 1-8a.13-15
«O que Se chama ‘Eu sou’ enviou-me a vós»

Continuando a apresentar, nesta subida quaresmal a caminho da Páscoa, certos momentos mais significativos da história da salvação, a primeira leitura deste domingo, em seguimento da dos domingos anteriores, dá-nos a célebre revelação de Deus a Moisés, a revelação do seu Nome, que define, tanto quanto isso é possível, Quem é Deus. Ao mesmo tempo, e na continuação dessa revelação, Deus chama Moisés e envia-o como instrumento de salvação para o seu povo escravizado no Egito. Moisés será o chefe desse povo, o seu condutor através do deserto, e, como tal, figura de Cristo, o verdadeiro Pastor, guia e salvador do seu povo.


Leitura do Livro do Êxodo
Naqueles dias, Moisés apascentava o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Madiã. Ao levar o rebanho para além do deserto, chegou ao monte de Deus, o Horeb. Apareceu-lhe então o Anjo do Senhor numa chama ardente, do meio de uma sarça. Moisés olhou para a sarça, que estava a arder, e viu que a sarça não se consumia. Então disse Moisés: «Vou aproximar-me, para ver tão assombroso espectáculo: por que motivo não se consome a sarça?». O Senhor viu que ele se aproximava para ver. Então Deus chamou-o do meio da sarça: «Moisés, Moisés!». Ele respondeu: «Aqui estou!» Continuou o Senhor: «Não te aproximes. Tira as sandálias dos pés, porque o lugar que pisas é terra sagrada». E acrescentou: «Eu sou o Deus de teus pais, Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacob». Então Moisés cobriu o rosto, com receio de olhar para Deus. Disse-lhe o Senhor: «Eu vi a situação miserável do meu povo no Egito; escutei o seu clamor provocado pelos opressores. Conheço, pois, as suas angústias. Desci para o libertar das mãos dos egípcios e o levar deste país para uma terra boa e espaçosa, onde corre leite e mel». Moisés disse a Deus: «Vou procurar os filhos de Israel e dizer-lhes: ‘O Deus de vossos pais enviou-me a vós’. Mas se me perguntarem qual é o seu nome, que hei de responder-lhes?». Disse Deus a Moisés: «Eu sou ‘Aquele que sou’». E prosseguiu: «Assim falarás aos filhos de Israel: O que Se chama ‘Eu sou’ enviou-me a vós». Deus disse ainda a Moisés: «Assim falarás aos filhos de Israel: ‘O Senhor, Deus de vossos pais, Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacob, enviou-me a vós. Este é o meu nome para sempre, assim Me invocareis de geração em geração’».
Palavra do Senhor.



SALMO RESPONSORIAL Salmo 102 (103), 1-4.6-8.11 (R. 8a)
Refrão: O Senhor é clemente e cheio de compaixão. Repete-se

Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e não esqueças nenhum dos seus benefícios. 
(Refrão)

Ele perdoa todos os teus pecados
e cura as tuas enfermidades.
Salva da morte a tua vida
e coroa-te de graça e misericórdia.
(Refrão)

O Senhor faz justiça
e defende o direito de todos os oprimidos.
Revelou a Moisés os seus caminhos
e aos filhos de Israel os seus prodígios.
(Refrão)

O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade.
Como a distância da terra aos céus,
assim é grande a sua misericórdia
para os que O temem.
(Refrão)



LEITURA II 1 Cor 10, 1-6.10-12
A vida do povo com Moisés no deserto
foi escrita para nos servir de exemplo

É o próprio Apóstolo que nos ensina a ler o Antigo Testamento: este anuncia as realidades do Novo Testamento, e serve, ao mesmo tempo, de exemplo e de guia ao povo da Nova Aliança, que já chegou “aos últimos tempos”, os tempos do Senhor Jesus Cristo, mas que ainda peregrina no deserto deste mundo a caminho da Terra Prometida. Não venha a suceder-nos a nós o que a muitos deles aconteceu: terem ficado pelo caminho.


Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos: Não quero que ignoreis que os nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, passaram todos através do mar e na nuvem e no mar, receberam todos o batismo de Moisés. Todos comeram o mesmo alimento espiritual e todos beberam a mesma bebida espiritual. Bebiam de um rochedo espiritual que os acompanhava: esse rochedo era Cristo. Mas a maioria deles não agradou a Deus, pois caíram mortos no deserto. Esses factos aconteceram para nos servir de exemplo, a fim de não cobiçarmos o mal, como eles cobiçaram. Não murmureis, como alguns deles murmuraram, tendo perecido às mãos do Anjo exterminador. Tudo isto lhes sucedia para servir de exemplo e foi escrito para nos advertir, a nós que chegámos ao fim dos tempos. Portanto, quem julga estar de pé tome cuidado para não cair.
Palavra do Senhor.



ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Mt 4, 17
Refrão: Louvor e glória a Vós, Jesus Cristo, Senhor. Repete-se

Arrependei-vos, diz o Senhor;
está próximo o reino dos Céus. Refrão



EVANGELHO Lc 13, 1-9
«Se não vos arrependerdes, morrereis do mesmo modo»

A primeira mensagem da Boa Nova que Jesus nos traz é o anúncio da aproximação do reino dos Céus, e consequentemente o convite a acolhê-lo com o coração voltado para ele e afastado do que lhe é contrário. Esta atitude é assim uma conversão, um regresso dos caminhos do pecado, uma atitude de arrependimento em relação ao passado, uma atitude penitencial. E esta atitude do coração é fundamental na Quaresma.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, vieram contar a Jesus que Pilatos mandara derramar o sangue de certos galileus, juntamente com o das vítimas que imolavam. Jesus respondeu-lhes: «Julgais que, por terem sofrido tal castigo, esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus? Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos do mesmo modo. E aqueles dezoito homens, que a torre de Siloé, ao cair, atingiu e matou? Julgais que eram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém? Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos de modo semelhante. Jesus disse então a seguinte parábola: «Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi procurar os frutos que nela houvesse, mas não os encontrou. Disse então ao vinhateiro: ‘Há três anos que venho procurar frutos nesta figueira e não os encontro. Deves cortá-la. Porque há de estar ela a ocupar inutilmente a terra?’. Mas o vinhateiro respondeu-lhe: ‘Senhor, deixa-a ficar ainda este ano, que eu, entretanto, vou cavar-lhe em volta e deitar-lhe adubo. Talvez venha a dar frutos. Se não der, mandá-la-ás cortar no próximo ano».
Palavra da salvação.



Diz-se o Credo.



ORAÇÃO UNIVERSAL (DOS FIÉIS)

Quando se faz o primeiro escrutínio dos catecúmenos

Caríssimos fiéis: Oremos por estes eleitos, que a Igreja, cheia de confiança, escolheu depois de um longo caminho, para que, ao completarem a preparação, encontrem a Cristo nos seus sacramentos, nas próximas festas pascais, e digamos (ou: e cantemos), com alegria: 

R. Ouvi-nos, Senhor. 
Ou: Renovai, Senhor, o vosso povo. 
Ou: Salvador do mundo, salvai-nos. 

1. Para que estes eleitos meditem, em seu coração, na palavra divina que lhes foi anunciada e a saboreiem sempre cada vez mais, oremos. 

2. Para que reconheçam em Cristo, Filho de Deus, Aquele que veio salvar os que estavam perdidos e humildemente se confessem pecadores, oremos. 

3. Para que, sinceramente, saibam rejeitar o que na sua vida desagrada a Cristo e a Ele se opõe e falem como aprenderam no Evangelho, oremos. 

4. Para que o Espírito, que penetra os corações, os robusteça com a sua força e sabedoria e os ensine a conhecer e a fazer o que Deus quer, oremos. 

5. Para que as famílias e os amigos destes eleitos ponham a sua esperança em Cristo Salvador e n’Ele encontrem a paz e a santidade, oremos. 

(Quando, após a despedida dos catecúmenos, se omite a Oração Universal, acrescentam-se estas preces pela Igreja e pelo mundo). 

6. Para que os pastores e os fiéis da santa Igreja, que se preparam para as festas pascais, purifiquem o coração e pratiquem obras de caridade, oremos. 

7. Para que, no mundo inteiro, os fracos encontrem força, ganhem ânimo os abatidos, e voltem para Deus os que d’Ele se afastaram, oremos.
 

Segue-se a oração do exorcismo, como vem no RICA, p. 96-97


Quando não se faz o primeiro escrutínio dos catecúmenos

Irmãos e irmãs em Cristo: Oremos ao Deus vivo, que revelou a Moisés o seu nome santo, e intercedamos pelas necessidades da Igreja e do mundo, dizendo (ou: cantando), confiadamente: 

R. Kýrie, eléison. 
Ou: Renovai-nos, Senhor, com a vossa graça. 
Ou: Salvador do mundo, salvai-nos. 

1. Pela Igreja, atenta à voz do Senhor que lhe fala, como falou a Moisés, na sarça ardente, para que proclame com alegria a Boa Nova, oremos. 

2. Pelas vítimas de todas as violências, da opressão, da fome e dos maus tratos, para que sejam ouvidas pelo Senhor, que faz justiça, oremos.
 
3. Pelos cristãos que neste tempo da Quaresma se arrependem e convertem ao Senhor, para que aprendam a perdoar e a ser bons, oremos. 

4. Pelos doentes e por todos os que sofrem e pelos que não têm ninguém que os escute, para que se unam à paixão do Salvador oremos. 

5. Por todos os que o Senhor aqui reuniu, para que nos faça chegar um dia junto d’Ele e nos sacie dos bens da sua casa, oremos. 

(Outras intenções: Cáritas nacional e diocesana; crianças que têm fome...). 
Deus de bondade infinita, usai de paciência para connosco e fazei que a palavra que escutámos dê fruto abundante em nossas vidas. Por Cristo Senhor nosso. 




ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei, Senhor, por este sacrifício,
que, ao pedirmos o perdão dos nossos pecados,
perdoemos também aos nossos irmãos.
Por Cristo nosso Senhor.

Quando não se lê o Evangelho da Samaritana, diz-se o Prefácio I ou II da Quaresma.

Prefácio A Samaritana
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.

Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte,
por nosso Senhor Jesus Cristo.
Quando Ele pediu à Samaritana água para beber,
já lhe tinha concedido o dom da fé;
e da sua fé teve uma sede tão grande
que acendeu nela o fogo do amor divino.
Por isso, nós Vos damos graças
e, com os anjos, proclamamos as vossas maravilhas,
dizendo (cantando) numa só voz:
Santo, Santo, Santo.



Antífona da comunhão
Quando se lê o Evangelho da Samaritana: Cf. Jo 4, 13-14
Quem beber da água que Eu lhe der, diz o Senhor,
terá em seu coração a fonte da vida eterna.


Quando se lê o outro Evangelho: Cf. Sl 83, 4-5
As aves do céu encontram abrigo e as andorinhas um ninho
para os seus filhos, junto dos vossos altares,
Senhor dos Exércitos, meu Rei e meu Deus.
Felizes os que moram em vossa casa e a toda a hora cantam os vossos louvores.



ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Recebemos, Senhor,
o penhor da glória eterna
e, vivendo ainda na terra, fomos saciados com o pão do céu.
Nós Vos pedimos humildemente
a graça de manifestarmos na vida
o que celebramos neste sacramento.
Por Cristo nosso Senhor.



ORAÇÃO SOBRE O POVO
Dirigi, Senhor, o coração dos vossos fiéis
e concedei-lhes o auxílio da graça celeste,
para que, permanecendo no vosso amor e no amor do próximo,
observem a plenitude dos vossos mandamentos.
Por Cristo nosso Senhor.