domingo, 15 de junho de 2025


    Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo    
    Solenidade     -  ANO C  -  19/06/2025:



Tema da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus:



Na Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, Jesus convida-nos a contemplar e a celebrar a bondade, a ternura e a misericórdia de Deus pelos homens – por todos os homens, sem exceção. Para expressar a atitude de Deus para com os seus filhos, os textos recorrem a uma imagem importada do passado nómada de Israel: Deus é o “Pastor bom” que, com amor infinito e dedicação total, cuida do seu rebanho.
Na primeira leitura Deus anuncia aos exilados na Babilónia que vai, Ele próprio, tomar conta do seu povo, do seu “rebanho”. Os habitantes de Judá foram, durante muito tempo, conduzidos por “pastores maus”, que se aproveitaram das “ovelhas” e as levaram por caminhos errados. Mas agora Deus, o “Pastor bom”, vai reunir as suas “ovelhas” dispersas, conduzi-las de volta à terra da liberdade, dar-lhes pastagens excelentes, cuidar amorosamente de todas. A parábola é um magnífico hino ao amor de Deus.
No Evangelho Jesus, acusado pelos fariseus e doutores da Lei de se dar com gente pouco recomendável, conta a história de um pastor que deixa tudo o que tem em mãos para ir à procura de uma ovelha tresmalhada. Segundo Jesus, esse “pastor” é Deus. Deus ama cada um dos seus filhos com um amor absoluto e não deixa nenhum para trás; o coração de Deus enche-se de alegria quando encontra a sua “ovelha” perdida e a reintegra no seu “rebanho”.
Na segunda leitura Paulo de Tarso lembra a todos os crentes que são filhos queridos e amados de Deus. Foi por nos amar tanto que Deus enviou Jesus, o seu Filho Unigénito, ao nosso encontro. Enfrentando a injustiça, a mentira, a violência, até mesmo a morte, Jesus mostrou-nos o caminho que conduz à vida verdadeira. Salvos por Jesus, passamos a integrar a família de Deus.



ANTÍFONA DE ENTRADA Cf. Sl 80, 17
O Senhor alimentou o seu povo com a flor da farinha
e saciou-o com o mel do rochedo.



Diz-se o Glória.


ORAÇÃO DA COLETA
Senhor Jesus Cristo,
que, neste admirável sacramento,
nos deixastes o memorial da vossa paixão,
concedei-nos a graça de venerar de tal modo
os sagrados mistérios do vosso Corpo e Sangue
que sintamos continuamente os frutos da vossa redenção.
Vós que sois Deus e viveis e reinais com o Pai,
na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.




LEITURA I  Gn 14, 18-20
«Ofereceu pão e vinho»

Melquisedec, que sai ao encontro de Abraão de regresso dum combate, dirigindo uma ação de graças a Deus e oferecendo pão e vinho, é, segundo o Salmo 109, a figura do futuro Messias, Sacerdote e Rei. Na sua oferenda, a tradição cristã, a partir de S. Cipriano, vê um verdadeiro sacrifício, tipo do Sacrifício Eucarístico. Ao mencionar, no Cânon romano «a oblação de Melquisedec, sumo sacerdote», a Liturgia faz sua esta interpretação.


Leitura do Livro do Génesis
Naqueles dias, Melquisedec, rei de Salém, trouxe pão e vinho. Era sacerdote do Deus Altíssimo e abençoou Abraão, dizendo: «Abençoado seja Abraão pelo Deus Altíssimo, criador do céu e da terra. Bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou nas tuas mãos os teus inimigos». E Abraão deu-lhe a dízima de tudo.
Palavra do Senhor.




SALMO RESPONSORIAL  Salmo 109 (110), 1-4 (R. 4bc)
Refrão: O Senhor é sacerdote para sempre. Repete-se

Ou: 

Refrão: Tu és sacerdote para sempre,
segundo a ordem de Melquisedec. Repete-se

Disse o Senhor ao meu Senhor:
«Senta-te à minha direita,
até que Eu faça de teus inimigos escabelo de teus pés. 
(Refrão)

O Senhor estenderá de Sião
o ceptro do teu poder
e tu dominarás no meio dos teus inimigos.
(Refrão)

A ti pertence a realeza desde o dia em que nasceste
nos esplendores da santidade,
antes da aurora, como orvalho, Eu te gerei».
(Refrão)

O Senhor jurou e não Se arrependerá:
«Tu és sacerdote para sempre,
segundo a ordem de Melquisedec».
(Refrão)



LEITURA II  Cor 11, 23-26
«Todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice,
anunciareis a morte do Senhor»

A Eucaristia, hoje como no ano 57, em que Paulo nos fala da sua instituição, é um convívio festivo, mas é muito mais do que uma confraternização. Na verdade, celebrar a Eucaristia, segundo a vontade de Cristo, é participar no Seu Sacerdócio eterno e é celebrar a Sua Morte e celebrá-la unidos a Ele, em Sua «memória», isto é, para que Deus, hoje, nos salve; é participar da Sua vida de Ressuscitado, comendo o Seu Corpo e bebendo o Seu Sangue; é unir-nos a Ele, que quer prosseguir em nós a obra da Redenção, e unir-nos ao Seu Corpo, que é a Igreja; é anunciar, através do tempo, a Sua Morte, na expectativa amorosa da libertação definitiva, no mundo novo do Reino de Deus.


Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos: Eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus, na noite em que ia ser entregue, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu Corpo, entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim». Do mesmo modo, no fim da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a nova aliança no meu Sangue. Todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de Mim». Na verdade, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciareis a morte do Senhor, até que Ele venha».
Palavra do Senhor.



SEQUÊNCIA
Esta sequência é facultativa e pode dizer-se na íntegra ou em forma mais breve, isto é, desde as palavras: Eis o pão...

Terra, exulta de alegria,
Louva o teu pastor e guia,
Com teus hinos, tua voz.

Quanto possas tanto ouses,
Em louvá-l’O não repouses:
Sempre excede o teu louvor.

Hoje a Igreja te convida:
O pão vivo que dá vida
Vem com ela celebrar.

Este pão – que o mundo creia –
Por Jesus na santa Ceia
Foi entregue aos que escolheu.

Eis o pão que os Anjos comem
Transformado em pão do homem;
Só os filhos o consomem:
Não será lançado aos cães.

Em sinais prefigurado,
Por Abraão imolado,
No cordeiro aos pais foi dado,
No deserto foi maná.

Bom pastor, pão da verdade,
Tende de nós piedade,
Conservai-nos na unidade,
Extingui nossa orfandade
E conduzi-nos ao Pai.

Aos mortais dando comida,
Dais também o pão da vida:
Que a família assim nutrida
Seja um dia reunida
Aos convivas lá do Céu.



ALELUIA Jo 6, 51
Refrão: Aleluia. Repete-se
Eu sou o pão vivo descido do Céu, diz o Senhor.
Quem comer deste pão viverá eternamente. Refrão




EVANGELHO  Lc9, 11b-17
«Comeram e firam saciados»

Acolhendo todos quantos a Ele acorrem, Jesus liberta os homens pela Sua palavra e alimenta-os, abundantemente, no deserto.
O milagre da multiplicação dos pães não é apenas um sinal do Seu amor. Ele tem uma relação tão estreita com a Eucaristia que é logo a seguir à sua descrição que João nos dá o discurso sobre o Pão da Vida (Jo. 6, 1-13). O milagre da multiplicação dos pães é o anúncio e a preparação do Milagre Eucarístico, pelo qual o Senhor, através do sacerdócio ministerial, prefigurado no serviço dos discípulos encarregados de distribuir o pão, alimentará sobrenaturalmente, a humanidade.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, estava Jesus a falar à multidão sobre o reino de Deus e a curar aqueles que necessitavam. O dia começava a declinar. Então os Doze aproximaram-se e disseram-Lhe: «Manda embora a multidão para ir procurar pousada e alimento às aldeias e casais mais próximos, pois aqui estamos num local deserto». Disse-lhes Jesus: «Dai-lhes vós de comer». Mas eles responderam: «Não temos senão cinco pães e dois peixes... Só se formos nós mesmos comprar comida para todo este povo». Eram de facto uns cinco mil homens. Disse Jesus aos discípulos: «Mandai-os sentar por grupos de cinquenta». Assim fizeram e todos se sentaram. Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao Céu e pronunciou sobre eles a bênção. Depois partiu-os e deu-os aos discípulos, para eles os distribuírem pela multidão. Todos comeram e ficaram saciados; e ainda recolheram doze cestos dos pedaços que sobraram.
Palavra da salvação.


Diz-se o Credo.


ORAÇÃO UNIVERSAL (DOS FIÉIS)

Irmãs e irmãos: Oremos a Cristo Senhor, Pão vivo descido do Céu, hóspede invisível do nosso banquete, e digamos (ou: e cantemos), iluminados pela fé: 

R. Cristo, Pão do Céu, dai-nos a vida. 
Ou: Cristo, ouvi-nos. Cristo, atendei-nos. 
Ou: Senhor, socorrei-nos e salvai-nos. 

1. Para que Jesus, Filho de Deus e da Virgem Maria, sacerdote único do Altíssimo, ensine a Igreja a celebrar a Ceia pascal, oremos. 

2. Para que Jesus, Filho de Deus e da Virgem Maria, Pão vivo que desceu do Céu, seja o alimento dos seus discípulos, oremos. 

3. Para que Jesus, Filho de Deus e da Virgem Maria, médico celeste e remédio imortal, cure os doentes e dê esperança aos pecadores, oremos. 

4. Para que Jesus, Filho de Deus e da Virgem Maria, verdadeiro Rei da paz e da justiça, extinga as guerras e ensine ao mundo o seu amor, oremos. 

5. Para que Jesus, Filho de Deus e da Virgem Maria, que prometeu ficar connosco para sempre, nos leve um dia a participar na sua glória, oremos. 

(Outras intenções: pelos que comungaram ou vão comungar pela primeira vez...). 
Senhor Jesus Cristo, ensinai os pregadores do Evangelho a anunciar a Palavra da verdade e os cristãos que têm pão com abundância a reparti-lo com os que o não têm. Vós que viveis e reinais por todos os séculos dos séculos. 



ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS 
Concedei, Senhor, à vossa Igreja
o dom da unidade e da paz,
que estas oferendas misticamente simbolizam.
Por Cristo nosso Senhor.


PREFÁCIO
Prefácio I ou II da Santíssima Eucaristia.

PREFÁCIO I DA SANTÍSSIMA EUCARISTIA
O sacrifício e o sacramento de Cristo

Este prefácio diz-se na Missa da Ceia do Senhor; pode dizer-se também na solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo e nas Missas votivas da Santíssima Eucaristia.

V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.

Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte,
por nosso Senhor Jesus Cristo.
Verdadeiro e eterno sacerdote,
oferecendo-Se como vítima de salvação,
instituiu o sacrifício da nova e eterna aliança
e mandou que o celebrássemos em sua memória.
O seu Corpo, por nós imolado,
é alimento que nos fortalece
e o seu Sangue, por nós derramado,
é bebida que nos purifica.
Por isso, com os anjos e os arcanjos,
os tronos e as dominações
e todos os coros celestes,
proclamamos a vossa glória,
dizendo (cantando) numa só voz:

Santo, Santo, Santo,
Senhor Deus do universo.
O céu e a terra proclamam a vossa glória.
Hossana nas alturas.
Bendito O que vem em nome do Senhor.
Hossana nas alturas.



PREFÁCIO II DA SANTÍSSIMA EUCARISTIA
Os frutos da Santíssima Eucaristia

Este prefácio diz-se na solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo e nas Missas votivas da Santíssima Eucaristia.

V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.

Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte, por nosso Senhor Jesus Cristo.
Reunido com os apóstolos na Última Ceia,
para perpetuar a sua paixão salvadora,
entregou-Se a Si mesmo como cordeiro imaculado e sacrifício perfeito.
Neste sagrado mistério, alimentais e santificais os fiéis,
para que os homens do mundo inteiro
sejam iluminados pela mesma fé e unidos pela mesma caridade.
Assim nos reunimos à mesa deste admirável sacramento,
para que a abundância da vossa graça nos faça participantes da vida celeste.
Por isso, todas as criaturas, no céu e na terra,
Vos adoram, cantando um cântico novo.
E também nós, com todos os coros dos anjos,
proclamamos a vossa glória, dizendo (cantando) numa só voz:

Santo, Santo, Santo,
Senhor Deus do universo.
O céu e a terra proclamam a vossa glória.
Hossana nas alturas.
Bendito O que vem em nome do Senhor.
Hossana nas alturas.




ANTÍFONA DA COMUNHÃO
Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue
permanece em Mim e Eu nele, diz o Senhor.



ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei-nos, Senhor Jesus Cristo,
a participação eterna da vossa divindade,
que é prefigurada nesta comunhão
do vosso precioso Corpo e Sangue.
Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos.

domingo, 8 de junho de 2025


    Santíssima Trindade    -    Solenidade    
ANO C  -  15/06/2025:


Tema da Solenidade da Santíssima Trindade

Quem é Deus? Como é Ele? A liturgia da Solenidade da Santíssima Trindade convida-nos a mergulhar no mistério de Deus e a contemplar o Deus que, sendo unidade, é família de três Pessoas em perfeita comunhão de amor. Por isso, chamamos-Lhe “Santíssima Trindade”. Por amor, Ele criou os homens e as mulheres; e, por amor, Ele convida-os a vincularem-se com essa comunidade de amor que é a família trinitária.
Na primeira leitura, Moisés convida Israel a descobrir o rosto e o coração de Deus a partir da contemplação das ações por Ele feitas na história. O Deus em que Israel acredita é o Deus libertador e salvador, que ama os seus filhos e que está sempre disponível para os libertar de tudo aquilo que os escraviza. Ele acompanha cada passo do seu Povo e deixa-lhe indicações seguras para ser feliz e ter Vida em abundância.
Na segunda leitura, o autor da Carta aos Romanos pede os que receberam o batismo que se deixem conduzir sempre pelo Espírito de Deus. Animados pelo dinamismo do Espírito, eles serão membros da família de Deus e poderão chamar a Deus “Abbá”. Deus será para eles o Pai cheio de amor, em cujo colo se sentirão sempre amados, protegidos e cuidados.
No Evangelho, Jesus despede-se dos discípulos e envia-os a todas as nações como testemunhas da salvação de Deus. Eles deverão ensinar tudo o que aprenderam de Jesus e batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo todos os que se mostrarem disponíveis para integrar a família de Deus, a comunidade trinitária.


ANTÍFONA DE ENTRADA
Bendito seja Deus Pai, bendito o Filho unigénito,
bendito o Espírito Santo, pela sua infinita misericórdia.



Diz-se o Glória.



ORAÇÃO DA COLETA
Deus Pai,
que revelastes aos homens o vosso admirável mistério,
enviando ao mundo a Palavra da verdade
e o Espírito da santidade,
concedei-nos que, na profissão da verdadeira fé,
reconheçamos a glória da eterna Trindade
e adoremos a Unidade na sua omnipotência.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.


LEITURA I Prov 8, 22-31
Antes das origens da terra, já existia a Sabedoria

A Sabedoria não é só um bem muito desejável. É mais do que isso.
É uma pessoa viva, cuja origem é anterior à criação de todas as coisas. Intimamente unida a Deus, mas, ao mesmo tempo, distinta d’Ele, assiste-O na obra da criação, manifestando-se activamente criadora. Proveniente de Deus, pertence ao âmbito divino. Contudo, ela vem ao encontro dos homens, no desejo profundo de com eles estabelecer relações de amizade.
Nesta Sabedoria de Deus, assim descrita no Antigo Testamento (o qual, sem nos dar uma revelação precisa do mistério trinitário, nos vai introduzindo, pouco a pouco, nos segredos da vida íntima de Deus), vê a tradição patrística, a partir de S. Justino, o Verbo de Deus, Jesus Cristo, Sabedoria e Palavra criadora de Deus, pelo Qual «tudo foi criado» (Jo. 1, 3).


Leitura do Livro dos Provérbios
Eis o que diz a Sabedoria de Deus: «O Senhor me criou como primícias da sua actividade, antes das suas obras mais antigas. Desde a eternidade fui formada, desde o princípio, antes das origens da terra. Antes de existirem os abismos e de brotarem as fontes das águas, já eu tinha sido concebida. Antes de se implantarem as montanhas e as colinas, já eu tinha nascido; ainda o Senhor não tinha feito a terra e os campos, nem os primeiros elementos do mundo. Quando Ele consolidava os céus, eu estava presente; quando traçava sobre o abismo a linha do horizonte, quando condensava as nuvens nas alturas, quando fortalecia as fontes dos abismos, quando impunha ao mar os seus limites para que as águas não ultrapassassem o seu termo, quando lançava os fundamentos da terra, eu estava a seu lado como arquitecto, cheia de júbilo, dia após dia, deleitando-me continuamente na sua presença. Deleitava-me sobre a face da terra e as minhas delícias eram estar com os filhos dos homens».
Palavra do Senhor.



SALMO RESPONSORIAL Salmo 8, 4-9 (R. 2a)
Refrão: Como sois grande em toda a terra,
Senhor, nosso Deus! Repete-se

Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos,
a lua e as estrelas que lá colocastes,
que é o homem para que Vos lembreis dele,
o filho do homem para dele Vos ocupardes? 
(Refrão)

Fizestes dele quase um ser divino,
de honra e glória o coroastes;
destes-lhe poder sobre a obra das vossas mãos,
tudo submetestes a seus pés:
(Refrão)

Ovelhas e bois, todos os rebanhos,
e até os animais selvagens,
as aves do céu e os peixes do mar,
tudo o que se move nos oceanos.
(Refrão)



LEITURA II Rom 5, 1-5
Para Deus, por Cristo, na caridade que recebemos do Espírito

A vida cristã mergulha as suas raízes no mistério de um Deus uno, Sua essência e trino em Pessoas, tal como se revelou em Jesus Cristo. Pelo Sacrifício de Jesus, nós fomos, na verdade, introduzidos nessa comunhão de vida e amor, que é a Trindade Santíssima.
Reconciliados com o Pai, justificados mediante a fé, passámos de um estado de inimizade com Deus à posse de uma amizade, que nos transforma em imagens e filhos de Deus. Começámos a viver da própria vida de Deus. E embora entre a justificação e a salvação medeie o espaço da nossa vida terrena, tão fértil em tribulações, estamos seguros de que viremos a gozar, de modo perfeito, das riquezas de Deus, pois o Espírito Santo nos foi dado como penhor do amor do Pai por nós.
Em paz com Deus e os irmãos, o cristão vai-se divinizando e divinizando a sua vida quotidiana. Vai impregnando de amor as suas relações humanas, procurando reproduzir na vida de cada dia o amor que se revelou no mistério da Trindade.


Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
Irmãos: Tendo sido justificados pela fé, estamos em paz com Deus, por Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual temos acesso, na fé, a esta graça em que permanecemos e nos gloriamos, apoiados na esperança da glória de Deus. Mais ainda, gloriamo-nos nas nossas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz a constância, a constância a virtude sólida, a virtude sólida a esperança. Ora a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
Palavra do Senhor.



ALELUIA cf. Ap 1, 8
Refrão: Aleluia. Repete-se
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo,
ao Deus que é, que era e que há de vir. Refrão



EVANGELHO Jo 16, 12-15
«Tudo o que o Pai tem é meu.
O Espírito receberá do que é meu, para vo-lo anunciar»

No decorrer de toda a Sua vida, Jesus foi dando a conhecer aos Apóstolos, de maneira progressiva, mas muito concreta, as Suas relações com o Pai e o Espírito Santo, introduzindo-os assim no mistério de Deus uno e trino. Ao terminar a Sua missão, promete-lhes o Espírito Santo, como guia seguro, no tempo da Sua ausência. Espírito de verdade, Ele manterá vivo o ensinamento de Jesus, através dos séculos; Ele ajudará os discípulos a aprofundar a Revelação de Jesus, Palavra definitiva do Pai (Jo. 1, 12; 18).
Aceitando este dom de Deus, o Espírito enviado por Cristo, para nos iluminar, vivificar e divinizar, nós recebemos a salvação, que não é simples libertação do pecado, mas sim inserção na vida trinitária
– inserção que só será perfeita na eternidade.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tenho ainda muitas coisas para vos dizer, mas não as podeis compreender agora. Quando vier o Espírito da verdade, Ele vos guiará para a verdade plena; porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que está para vir. Ele Me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. Tudo o que o Pai tem é meu. Por isso vos disse que Ele receberá do que é meu e vo-lo anunciará».
Palavra da salvação.


Diz-se o Credo.



ORAÇÃO UNIVERSAL (DOS FIÉIS)
Caríssimos irmãos e irmãs: Oremos a Deus Pai todo-poderoso, por intercessão de seu Filho, nosso Salvador, e na força do Espírito Santo, que nos foi dado, dizendo (ou: cantando), cheios de confiança: 

R. Pai nosso, que estais nos céus, ouvi-nos. 
Ou: Senhor, Pai Santo, escutai-nos. 
Ou: Ouvi, Senhor, a nossa súplica. 

1. Pela santa Igreja de Deus verdadeiro, que se estende por todo o universo, para que seja revelação do seu mistério, oremos ao Pai, pelo Filho, no Espírito Santo. 

2. Pelos homens ofendidos e humilhados e pelos que sofrem a doença e a solidão, para que encontrem quem os ajude, oremos ao Pai, pelo Filho, no Espírito Santo. 

3. Por todos os que, como nós, adoram o Deus único, especialmente os Judeus e os Muçulmanos, para que o Espírito os leve à verdade plena, oremos ao Pai, pelo Filho, no Espírito Santo. 

4. Por aqueles a quem Deus dá a sabedoria de verem no homem quase um ser divino, para que defendam e promovam a sua dignidade, oremos ao Pai, pelo Filho, no Espírito Santo. 

5. Pelas famílias da nossa comunidade (paroquial), para que a Palavra e o Pão da vida as façam crescer na unidade, oremos ao Pai, pelo Filho, no Espírito Santo. 

(Outras intenções: todas as famílias da paróquia; nossos familiares defuntos...). 
Pai santíssimo, que criastes o universo e por Jesus Cristo, vosso Filho e Deus convosco, nos enviastes o Espírito da verdade, ouvi as orações do vosso povo e alegrai-nos com a vossa salvação. Por Cristo Senhor nosso.



ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor nosso Deus,
os dons sobre os quais invocamos o vosso nome
e, por este divino sacramento,
fazei de nós mesmos uma oblação eterna para vossa glória.
Por Cristo nosso Senhor.


Prefácio O mistério da Santíssima Trindade
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.

Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte:
Com o vosso Filho unigénito e o Espírito Santo,
sois um só Deus, um só Senhor,
não na singularidade de uma só pessoa,
mas na trindade de uma só natureza.
Tudo quanto revelastes acerca da vossa glória,
nós o acreditamos também, sem diferença alguma,
do vosso Filho e do Espírito Santo.
Professando a nossa fé na verdadeira e sempiterna divindade,
adoramos as três Pessoas distintas,
a sua essência única e a sua igual majestade.
Por isso, Vos louvam os anjos e os arcanjos,
os querubins e os serafins,
que Vos aclamam sem cessar,
dizendo (cantando) numa só voz:
Santo, Santo, Santo.



ANTÍFONA DA COMUNHÃO Cf. Gl 4, 6
Porque somos filhos de Deus,
Ele enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho,
que clama: Abbá, Pai.



ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei-nos, Senhor nosso Deus,
que a participação neste divino sacramento
e a profissão de fé na santa e eterna Trindade
e na sua indivisível Unidade,
nos alcancem a saúde do corpo e da alma.
Por Cristo nosso Senhor.